Histórias da Geologia
Este blog pretende ser um espaço de reflexão sobre a evolução do conhecimento geológico ao longo dos tempos, principalmente a partir do século XVII, não esquecendo porém as pequenas histórias que fazem a grande história
segunda-feira, janeiro 30, 2006
A 7ª cadeira na Escola Politénica
Programma das cadeiras da Escola Polytechnica
Anno Lectivo de 1860-1861
Programa da 7ª cadeira - Mineralogia, geologia e princípios de metalurgia
O programa estava dividido em duas partes: mineralogia e geologia. Na parte referente à geologia, entre outros assuntos, abordavam-se os seguintes temas:
“Classificação das rochas segundo a idade. – Divisão de Lehman em primitivas e secundarias. – Classe de transição addicionada por Werner. – Theoria Neptuniana. – Origem ígnea do granito. – Nova hypothese inventada para conciliar a origem ígnea do granito com a ideia da sua alta antiguidade. – Explicação da nomenclatura chronologica proposta por Lyell e adoptada n’este curso.
Differentes idades das rochas aquosas. – Caracteres principaes empregados para determinar a idade relativa das rochas. – Sobreposição.- Cracter mineralógico. – Caracter paleonthologico. – Principaes grupos admitidos.
Classificação das formações terciárias. – Princípios geraes de classificação d’estas formações.
Grupo post-pliocène
Período pliocène moderno
Período miocène
Período eocène
Grupo cretáceo
Grupo wealdeano
Grupo ooliticoe liassico
Grupo triassico
Grupo permiano
Grupo carbonífero
Grupo devoniano
Grupo siluriano
Rochas vulcânicas. – Differentes idades das rochas vulcânicas.
Rochas plutônicas. – Differentes idades das rochas plutônicas.
Rochas metamorphicas. – Differentes das rochas metamorphicas.”
O programa estava dividido em duas partes: mineralogia e geologia. Na parte referente à geologia, entre outros assuntos, abordavam-se os seguintes temas:
“Classificação das rochas segundo a idade. – Divisão de Lehman em primitivas e secundarias. – Classe de transição addicionada por Werner. – Theoria Neptuniana. – Origem ígnea do granito. – Nova hypothese inventada para conciliar a origem ígnea do granito com a ideia da sua alta antiguidade. – Explicação da nomenclatura chronologica proposta por Lyell e adoptada n’este curso.
Differentes idades das rochas aquosas. – Caracteres principaes empregados para determinar a idade relativa das rochas. – Sobreposição.- Cracter mineralógico. – Caracter paleonthologico. – Principaes grupos admitidos.
Classificação das formações terciárias. – Princípios geraes de classificação d’estas formações.
Grupo post-pliocène
Período pliocène moderno
Período miocène
Período eocène
Grupo cretáceo
Grupo wealdeano
Grupo ooliticoe liassico
Grupo triassico
Grupo permiano
Grupo carbonífero
Grupo devoniano
Grupo siluriano
Rochas vulcânicas. – Differentes idades das rochas vulcânicas.
Rochas plutônicas. – Differentes idades das rochas plutônicas.
Rochas metamorphicas. – Differentes das rochas metamorphicas.”
domingo, janeiro 29, 2006
sexta-feira, janeiro 27, 2006
Geologia, Geociências ou Ciências da Terra?
'Changes are afoot within the discipline of geology. One sign of this shift is the controversy over what the field should be called. Do we stay with the traditional term, geology? Or embrace a new name, such as geoscience, Earth Science, or Earth systems science? I prefer the first term, despite its implication of referring exclusively to the solid Earth, geology contains hidden resonances. In ancient Greek, Gé or Gaia meant earth in the sense of soil, but also Mother Earth, the sheltering source of life, as well as one's country of homeland. Geology may then be taken as the search for a logos of Gaia - an account of Mother Earth, the planet that we call home.'
En FRODEMAN, R. (ed.). Earth Matters. The Earth Sciences, Philosophy, and the Claims of Community. Prentice-Hall, 2000, p. vii.
quinta-feira, janeiro 26, 2006
Erro de cálculo
Em 1756, num ensaio intitulado Nova e Fiel Relação do Terremoto, que experimentou Lisboa e todo Portugal no I. de Novembro de 1755. Com algumas observaçoens curiosas, e a explicação das suas causas, Pedegache afirmava o seguinte:
‘Temos tres periodos ácerca dos terremotos notaveis na nossa Historia. O primeiro he o tremor , que succedeo em Portugal no anno de 1309: o segundo, os abálos, e os movimentos de terra, que tanta ruina causarão em Lisboa no anno de 1531; e o terceiro, o terremoto espantoso, de que fizemos uma triste experiencia no anno de 1755. Estas tres épocas me derão a idéia de huma hypótese, que a muitos parecerá extravagante, mas que não he sem fundamento. Persuado-me que entre os annos 1977 até 1985 haverá algum terremoto grande em Portugal’ (p.22/3).
Creio que terá sido o autor deste ensaio (M.T.P.) um dos que realizou esboços de Lisboa (depois do terramoto), usados depois na elaboração da conhecida série de seis gravuras de Le Bas.
quarta-feira, janeiro 25, 2006
25 anos nas raízes da memória
A história da geologia também é a história das suas instituições, por isso importa divulgar que o Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa vai comemorar este ano o 25º aniversário. As festividades iniciam-se dia 3 de Fevereiro, mas o programa de eventos vai ser longo. Sentimos a falta neste programa de uma visão mais historicista que nos permitisse recordar, por exemplo, antigos professores, colegas, instalações, etc., e que recuasse para além dos 25 anos.
terça-feira, janeiro 24, 2006
Um 'espaço' histórico
Visitar o Museu Geológico é recuar até ao século XIX e pensar que a qualquer momento nos poderemos cruzar, nalguma das suas alas, com Nery Delgado, Carlos Ribeiro, Paul Choffat ou muitos outros geólogos que fazem parte da nossa memória histórica. Esta ilusão só é possível por as características deste espaço museológico terem sido conservadas quase intactas desde a sua origem. Esperemos que assim continuem a ser, embora para isso seja necessária a contribuição de todos nós.
'O Museu Geológico foi constituído quando da criação da Comissão Geológica, em 1857, a partir dos exemplares que iam sendo colhidos pelos pioneiros da Geologia portuguesa: Carlos Ribeiro, Nery Delgado, Pereira da Costa, Paul Choffat, entre outros. Por portaria oficial, aquela Comissão ficou instalada no 2º piso do edifício do antigo convento de Jesus, na Rua da Academia das Ciências Nº 19 - 2º, em Lisboa, onde pode ser visitado nos dias úteis, durante o horário normal de serviço (entre as 10h00m e as 17h00m).
Além do seu enorme valor científico, o Museu Geológico tem grande interesse histórico e museológico, uma vez que foram nas suas instalações que nasceram a Geologia e a Arqueologia portuguesas. Igualmente, a vastidão das salas, o mobiliário a elas adaptado e o modelo expositivo muito marcado pelo séc. XIX, conferem-lhe um carácter único no País e já raro na Europa, cuja importância patrimonial é reconhecida por especialistas nacionais e estrangeiros.'
Retirado de http://www.ineti.pt/UO/UO/?UO=10716&subUO
segunda-feira, janeiro 23, 2006
Mudar de nome
O verdadeiro nome de Nicolaus Steno era Niels Steensen, mas como na época em que viveu havia o hábito de latinizar os nomes de figuras de destaque, passou a designar-se por Nicolaus Stenonis e posteriormente, resultado ainda de simplicação, passou a Nicolaus Steno. Estas mudanças traduzem-se, no presente, por variações no modo como Steno é referido.
O nascer de uma nova ciência: a geologia
É sempre difícil estabelecer o momento a partir do qual se considera estar formada uma nova ciência. Para que isso aconteça é necessário que se encontre delimitado o seu objecto de estudo, isto é, que os temas a abordar sejam reconhecidos como um campo de investigação individualizado.
Nicolaus Steno (1638-1686), de origem dinamarquesa, é habitualmente associado aos primeiros passos da geologia como ciência. Ele viveu e estudou na Holanda, França e Itália, estabelecendo contactos com outros cientistas da sua época. Começou por se dedicar à medicina, contudo, as investigações que o tornam mais conhecido foram as realizadas durante a sua estadia na Toscânia, na corte do Grão-Duque Fernando II de Florença.
Steno interessou-se pelo problema da formação dos estratos. Aliás, os termos latinos stratum e sedimentum foram pela primeira vez empregues no contexto geológico por este autor, tendo-os tomado de empréstimo provavelmente da química e da medicina. Steno definiu os estratos como camadas de sedimentos, depositadas a partir de fluídos numa posição horizontal. Segundo este autor, estes estratos poderiam ser posteriormente inclinados, quer pela acção de correntes de ar subterrâneas, quer pelo seu colapso, devido ao vazio, provocado pela remoção, por um fluído, dos materiais subjacentes.
Steno também relacionou as características apresentadas pelos diferentes estratos com os respectivos ambientes de sedimentação. Afirmando, por exemplo, que se num estrato fossem encontrados vestígios de sal marinho ou restos de animais marinhos, seria certo que em determinado momento, o mar teria coberto esse lugar, estabelecendo deste modo uma série de relações causais entre as condições ambientais e a natureza dos estratos.
domingo, janeiro 22, 2006
Saber mais
Para mais informações sobre o Pequeno Grande Livro do Grande Terramoto consulte http://ruitavares.weblog.com.pt/
Leituras
Ao ler, este sábado o Milfolhas, suplemento do jornal Público, deparei-me com um comentário ao livro de Rui Tavares, O Pequeno Livro do Grande Terramoto, que me obrigou a procurar rapidamente uma livraria para o adquirir.
O número de obras que o ano passado se publicaram sobre o Terramoto foi bastante significativo, por isso vi-me obrigada a seleccionar as aquisições que fiz e este não entrou nas minhas escolhas. Erro, erro, erro! Quando pensei que o assunto já estava esgotado, há um livro que me surpreende e me faz repensar uma série de questões.
Saber mais
Para saber mais, sobre a vida de Kircher e a importância da sua obra, pode consultar um artigo do Profº. Leandro Sequeiros disponível no seguinte endereço http://www.jesuitas.info/documentos/Leandro_Sequeiros/athanasius_kircher.htm
O Mundo de Athanasius Kircher
Athanasius Kircher (1602-1680), jesuíta alemão, foi autor de uma obra, Mundus Subterraneus, que exerceu grande influência sobre o modo como se olhou para a Terra até ao século XVIII. Esta imagem, parte do referido tratado, mostra-nos um interior do globo terrestre onde se cruzam diferentes tipos de canais: os pirofilácios, os hidrofilácios e os aerofilácios. Os primeiros preenchidos e percorridos por materiais incandescentes ligavam o interior da Terra, onde Kircher imaginava existir um 'fogo' central aos diversos aparelhos vulcânicos. Já os hidrofilácios eram canais que transportavam 'água' e 'avapores húmidos', enquanto os aerofilácios permitiam a circulação de 'ar'.
Este modelo permitiu durante séculos explicar uma série de fenómenos geológicos, por isso consideramos esta imagem um bom ponto de partida para as nossas reflexões sobre as histórias da geologia.