Histórias da Geologia

Este blog pretende ser um espaço de reflexão sobre a evolução do conhecimento geológico ao longo dos tempos, principalmente a partir do século XVII, não esquecendo porém as pequenas histórias que fazem a grande história

sexta-feira, março 31, 2006

O interior da Terra - Platão


Alguns dos diálogos de Platão permitem aceder às suas ideias sobre o interior da Terra. Num desses diálogos, intitulado Fédon, Platão tece algumas considerações que retratam possivelmente concepções correntes na época.

Neste diálogo, a Terra é descrita como uma esfera em equilíbrio no cosmos. Esta esfera possuía várias concavidades, uma delas ocupada pelo próprio Homem, embora este não se apercebesse desse facto. Algumas destas depressões comunicavam entre si através de um sistema subterrâneo de canais, existindo no centro da Terra uma grande massa de água designada por Tártaro. De acordo com este modelo, o interior do nosso planeta era formado por um conjunto de canais percorridos por água, os rios eternos e subterrâneos, assim como por grandes rios de fogo e lama.

Esta visão platónica, do interior do globo terrestre, uma mistura de mito e ciência, não difere muito das interpretações que até ao século XVII surgiram.

quinta-feira, março 30, 2006

INHIGEO - meeting em Eichstatt (Alemanha)


INHIGEO-meeting in Eichstätt, Germany
(July 28th to August 5th, 2007)



first circular (call for papers)

“The historical relationship of geology and religion”

For thousands of years, religious ideas have shaped thoughts and deeds of human beings, and therefore many early geological concepts were initially developed in this context. The meeting will offer a stage to openly discuss from a historical point of view this long-standing relationship, which in the past has been sometimes indifferent, sometimes fruitful, and sometimes full of conflict.
Specific topics, which spring to mind, are, for example:
religious interpretations of the nature of the Earth and its history
the age of the earth in different religions, cultures and times
the (Darwinian) theory of evolution and creation
geological research with religious motivation (such as “natural theology”)
life and work of geological authors with a religious/clerical background
geological institutions (museums, collections) run by religious organisations, etc.
We are sure that you will think of many more aspects of this fascinating topic, and we also hope that you keep in mind that we are talking about Religion in general, not just Christianity.

There are two reasons why we think of Eichstätt as a most appropriate site for such a meeting. As is befitting for INHIGEO, one is geological and one historical.
The region around Eichstätt and Solnhofen is one of the classical geological localities. In the quarries around these two localities the early bird Archaeopteryx was found – one of the key arguments in the debate about biological evolution. And it is here where the most valuable lithographic limestone is quarried. Lithographs have been used, since about 1800, for many geological and palaeontological illustrations.

The small city of Eichstätt presents itself in baroque attire, having suffered badly during the Thirty-Years War. At that time, Eichstätt was capital of a small independent country with the local bishop as head of state. Until today Eichstätt remains a bishop’s town and harbours the main campus of the Catholic University Eichstätt-Ingolstadt. Apart from other collections and responsibilities, the Bishop’s Seminary traditionally houses a natural history collection, which originated in 1844. Throughout the 19th century and up until the 1960s, this collection was used by the church for scientific and educational purposes. Since 1976, part of the collection – with one original Archaeoteryx specimen, among many other stunningly beautiful fossils – is shown in the Jura-Museum Eichstätt. Here, the relationship between religion and geology is practiced daily.

Scientific Sessions (Monday, July 30th, to Friday, August 3rd, 2007)

- Monday, July 30th, 2007; morning: opening reception in the hall of mirrors of the historical palace of Eichstätt; introduction to the fruitful historical relationship between geology and religion in Eichstätt; guided tour through the palace and the city.
Afternoon, July 30th, and second day, July 31st: presentation of scientific papers in the old Jesuits’ refectory of the Bishop’s Seminary in Eichstätt.
Evening of July 30th: visit to and party in the Jura-Museum, which is situated in the castle of Eichstätt. We plan a special exhibition on the natural history collections of the Bishop’s Seminary.
- Wednesday, August 1st, 2007: fieldtrip to see the limestone quarries and a lithographic workshop.
- Thursday and Friday, August 2nd and 3rd, 2007: two more days of scientific papers
Evening of Thursday, August 2nd, 2007: conference dinner
The conference language will be English.

Additional Field-Trips

In addition to the scientific sessions and the one-day field-trip already mentioned, two additional field-trips will be organized:
- pre-conference field-trip (2 days, July 28th and 29th, 2007) featuring the “Swabian Volcano”, karst features on the Swabian Alb, the famous Posidonia Shales of Holzmaden and a most amazing church
- post-conference field-trip (2 days, August 4th and 5th, 2007) featuring the impact craters Steinheim Basin and Ries-Kessel Nördlingen. As you know, until 1960, these structures were commonly regarded as volcanoes. We are going to show you both the volcano and the impact crater in the field.

quarta-feira, março 29, 2006

Pára-raios e pára-tremores de terra


Num livro que comprei há poucos dias li uma história curiosa relativa à relutância do clero, no século XVIII, em colocar pára-raios nas suas igrejas.



'Em 1745, a torre do sino da catedral de S. Marcos, em Veneza, foi mais uma vez destruída por uma tempestade. Em menos de dez anos, Benjamin Franklin dominava a natureza eléctrica do raio. O seu pára-raios poderia ter salvo muitas igrejas dessa voz da reprovação divina, que frequentemente se pensara ser o trovão. Mas White conta que esta ingerência nos assuntos da divina providência, esta presunção em controlar a artilharia dos céus sofreu uma tão longa oposição por parte das autoridades eclesiásticas que a torre de S. Marcos foi atingida de novo em 1761 e 1762. Só em 1766, foi instalado um pára-raios e a partir de então o monumento foi poupado'. (retirado de Brooke, J.H. (2003), Ciência e Religião - Algumas perspectivas históricas. Porto: Porto Editora)

Esta história fez-me recordar que pela mesma época também se falava em pára-tremores de terra, os quais não eram mais do que barras metálicas de grandes dimensões que deveriam ser enterradas em torno das cidades como prevenção de terramotos. Esta estranha proposta resultava de se pensar que os sismos poderiam ter origem em tempestades eléctricas subterrâneas, semelhantes às que se registam na atmosfera.

História da Geologia


Acabo de receber o último número do boletim da Comissão de História da Geologia de Espanha, publicação financiada pela Sociedad Geológica de España.
Para consultar:

http://www.aepect.org/SGE-historia_geologia/-
www.uam.es/otroscentros/sge/paginas/Historia1.html

terça-feira, março 28, 2006

Gravuras de fósseis na Protogaea de Leibniz






As gravuras que se encontram na edição original de Protogaea (1749) são da autoria de Nicolaus Seelander, gravador da Biblioteca da Corte de Hanover. Desenhos análogos a estes podem também ser encontrados em obras de outros autores, como Stenon e Hooke.

Gravura 1 - 'figures I-XVI: reproductions de Conchites, Myites, Ostracites et Cténites; figure XVII: pierre «mégarienne» formée de Coquilles arrondies'.


Gravura 2 - 'Cornes d'Ammon'.

Gravura 3 - 'Bélemnites'.

Gravura 4 - 'Dent d'un animal marin, extraite d'une colline formée par de la vase, à Tida, près de Stederburg; reproduction du Squelette trouvé près de Quedlinbourg'.

Nota: estas imagens foram retiradas da edição francesa da obra.

Leibniz, G.W., 1993, Protogaea, Toulouse: Presses Universitaires du Mirail.

segunda-feira, março 27, 2006

As Teorias da Terra - Protogaea de Leibniz

Durante o século XVII, iniciou-se a publicacção de algumas obras que podem ser consideradas como um testemunho dos primeiros passos da autonomização da Geologia. Estas obras, com carácter essencialmente especulativo, tinham como objectivo reconstituir a história da Terra. É neste contexto, mas já no século XVIII, que surge um tratado, intitulado Protogaea, da autoria de G.H. Leibniz (1646-1716), traduzido agora para o espanhol por Evaristo Alvarez Muñoz (http://krkediciones.com/fichaLibro.php?l=442).

Em 1680, Leibniz (1646-1716) recebeu uma encomenda do duque de Brunswick-Luneburg para escrever a história dos seus antepassados. Desta pesquisa genealógica resultou a elaboração de uma Teoria da Terra, a Protogaea, onde está retratada a história geológica do ducado. Esta obra, publicada em 1749, em Gottingen, enquadra-se no contexto das discussões abertas pelos Principes de la Philosophie de Descartes, pelo Mundus subterraneus de Kircher, pelo Prodomus de Stenon, pela Telluris Sacra theoria de Burnet.

sábado, março 25, 2006

Duria antiquor



O geólogo Henry Thomas De la Beche (1796-1855), que à semelhança de Mary Anning também vivia em Lyme, procurou ajudá-la financeiramente desenhando, para esse efeito, uma imagem onde os fósseis que ela tinha recolhido e vendido se encontravam representados como se estivessem vivos. Esta figura que recebeu a designação de Duria antiquor ("An earlier Dorset") foi depois transformado numa litografia cujas cópias eram vendidas, revertendo o dinheiro a favor de Mary Anning.

Nesta imagem é possível observar: 1. Ichthyosaurus vulgaris (o maior, no centro-direita), 2. Plesiosaurus dolichodeirus (está ser comido pelo nº 1), Pterodactylus macronyx (voando na parte superior), para além de diversas amonites e belemnites, assim como outras espécies.

Mais informações sobre Mary Anning podem ser obtidas através de:

The three Mary Annings

Mary Anning (1799-1847)

Destacamos, em particular, os trabalhos do Profº Hugh Torrens.

sexta-feira, março 24, 2006

Mary Anning fonte de inspiração ... (II)





quinta-feira, março 23, 2006

Mary Anning fonte de inspiração ... (I)





A famosa colectora de fósseis

Mary Anning (1799-1847)

'Many of the Liassic fossils had been coming from Lyme Regis, a small but fashionable seaside resort in Dorset. Some of the finest specimens had been found there by the famous fossil colector Mary Anning (1799-1847). After her father's death left the family almost destitute, she had successfully expanded his part-time business of selling fossils to the aristocracy and gentry who visited Lyme. Developing an outstanding eye for good specimens, she had become well-known to all the leading geologists and collectors in England'

Retirado de Scenes From Deep Time de Martin Rudwick

quarta-feira, março 22, 2006

Mulheres na História da Geologia

Dos nossos colegas espanhóis, através do profº Leandro Sequeiros, recebemos o seguinte pedido:

'Me interessaría conocer nombres de geólogas, paleontólogas o mujeres naturalistas que hayan tenido un papel en la historia de la geología. (...) De monento hay una sola mujer Inge Lehmann'

Todas as contribuições serão bem vindas!

Earth Sciences History



Acabo de receber o último número da revista Earth Science History, publicada pela HESS (History of Earth Sciences Society).

http://www.historyearthscience.org/

terça-feira, março 21, 2006

Música da Idade Média - Cantigas de Santa Maria


















A música é um dos elementos que nos ajuda a reconstruir a história de uma época. Por isso, retomo uma das últimas entradas, sobre o lapidário de Alfonso X o Sábio (1221-1284), para voltar a fazer referência às Cantigas de Santa Maria, desta vez para sugerir um excelente CD, organizado por Eduardo Paniagua.

As Cantigas de Santa Maria, que se encontram em quatro códices de pergaminho do século XIII, são a obra lírica mais importante da Espanha medieval. São formadas por 427 poemas escritos em galaico-português, acompanhados da respectiva notação musical.

As classificações de Conrad Gesner (1515-1565)

Gesner publicou uma obra, intitulada Um livro sobre objectos fósseis, principalmente pedras e gemas, as suas formas e aparências (De rerum fossilium, lapidum et gemmarum maxime, fuguris et similitudinis liber: non solum medicis sed omnis rerum naturae ac philologiae studiosis, utilis et incundus faturis), onde associa o termo fóssil a todo e qualquer objecto que se destacasse da superfície da crosta terrestre, abarcando com esse termo fósseis, minerais e rochas.

Gesner acreditava que existia um succus lapidificatus que gorvenava o crescimento dos seres e lhes dava forma, organizando os seres não vivos de acordo com uma escala, em que num dos extremos se encontravam os cristais e no outro, os seres que se pareciam a plantas e animais (fósseis).

segunda-feira, março 20, 2006

Mercado medieval



Mercado medieval de 'pedras' com virtudes medicinais

As cantigas de Santa Maria de Alfonso X

Para além do lapidário, Alfonso X é conhecido também pelas 'Cantigas de Santa Maria'
Maravillo m' eu com' ousa - 277 -

Como Santa Maria guardou oito almograves en ha fazen da que ouveron con mouros, porque non comeron carn' en sabado.

Maravillo m' eu com' ousa a Virgen rogar per ren aquele que as sas festas non guarda e en pouco ten. E dest' un mui gran miragre demostrou Santa Maria en dezeseis almograves que foron en azaria aa terra que chamada ést' Algarv[e], u soya aver gran gente de mouros que ss' en foron, e foi ben.

Maravillo-m' eu com' ousa a Virgen rogar per ren...
Eles de Lisbõa eran, e atal preito poseron ontre ssi que correr fossen o Algarv', e si fezeron. E poren de ssu todos foron correr, e ouveron d'achar un cervo no monte, mui mais gros[s]o ca de bren,

Maravillo-m' eu com' ousa a Virgen rogar per ren...
Que punnou de fogir deles. Mas toste o acalçaron e matárono agynna; des i logo o assaron, e des que foi ben assado, log' a comer s'assentaron, ca de tod' outra vianda eles non tian ren.

Maravillo-m' eu com' ousa a Virgen rogar per ren...
Sabad' era aquel dia quand' a comer s' assentavan daquel cervo; mas os oito que o sabado guardavan por onrra da Virgen santa, sol de comer non penssavan daquel cervo, mas comian pan, qual en guerra conven.

Maravillo-m' eu com' ousa a Virgen rogar per ren...
Os outros oito disseron que da carne comerian quanta mais dela podes[s]en e que a non leixarian, e ben assi o fezeron; e fartos dali s' ergian aqueles oito da carne, dizendo: «Non vai nen ven

Maravillo-m' eu com' ousa a Virgen rogar per ren...
De jajar en tal terra e andand' en cavalgada; poren que quer comeremos que non leixaremos nada.» E tan toste começaron d' andar per essa 'ncontrara, e acharon-sse con mouros; mas a todos non proug' en.

Maravillo-m' eu com' ousa a Virgen rogar per ren...
Ca os que y jajavan foron sãos e guaridos, e os que comeron carne, maltreitos e mal feridos; e macar que sse preçavan de fortes muit' e d' ardidos, non foi tal que non dissesse: «Quen foss' og' en Santaren!»

Maravillo-m' eu com' ousa a Virgen rogar per ren...
Ca assi como lles davan lançadas pelos costados, per cada ha ferida sayan grandes bocados daquel cervo que comeran; e desto maravillados foron end' os outros oito que fezeran mellor sen
Maravillo-m' eu com' ousa a Virgen rogar per ren... Porque jajad' avian. Porend' os mouros venceron, e correron depos eles e mataron e prenderon todos con quantos lidaron, e chaga non receberon; poren disseron: «Ai, Virgen, beita sejas, amen.»

Maravillo-m' eu com' ousa a Virgen rogar per ren...
Os outros, quand' esto viron, prometeron que leixassen d' en sabado comer carne, e que o muito guardassen por onrra da Virgen santa, e sempre o jajassen por tal miragre que fezo a Sennor que nos manten.

Maravillo-m' eu com' ousa a Virgen rogar per ren...

Os lapidários

Os lapidários medievais eram tratados que apresentavam, geralmente, os minerais de acordo com uma ordem alfabética, existindo uma maior preocupação com o seu significado heráldico, uso medicinal e função simbólica do que com a sua composição.
Os primeiros lapidários surgiram no início da era cristã em Alexandria. Entre os quais se destaca o Cyranides atribuído a Hermes Trismegistus, figura mítica, associda a tentativas de fusão entre o conhecimento grego e egípcio e correntes filosóficas de carácter abertamente religioso. No entanto, os mais conhecidos foram os publicados nos últimos séculos da Idade Média, em especial, De Minerabilus de Alberto Magno e o lapidário de Afonso X, o Sábio (1221-1284), rei de Castela e sogro de Afondo III de Portugal que, por sua vez, foi pai de D. Dinis.

sábado, março 11, 2006

A Atlântida de Platão


Um dos mitos da Antiguidade Clássica que pode ser associado aos fenómenos vulcânicos é o mito da Atlântida. Platão (429-347 a.C.) refere a desaparição repentina de um “continente”, assim:

“Pois nesse tempo podia atravessar-se esse mar. Nele existia uma ilha, diante dessa passagem a que chamais, segundo dizeis, as colunas de Hércules. Esta ilha era maior que a Líbia e a Ásia reunidas. E os viajantes desse tempo podiam passar desta ilha para as outras ilhas, e destas ilhas podiam alcançar todo o continente, na margem oposta deste mar que merecia verdadeiramente o seu nome. (...) Mas, nos tempos que se seguiram, houve tremores de terra assustadores e cataclismos. No espaço de um só dia e de uma noite terríveis, todo o vosso exército foi engolido de uma só vez pela terra, e do mesmo modo a ilha Atlântida desmoronou-se no mar e desapareceu. É por isso que, hoje ainda, aquele Oceano é difícil e inexplorável, pelo obstáculo que constitui o fundo lodoso e muito baixo que a ilha depôs ao afundar-se.

Presentemente alguns autores associam este relato à grande erupção registada na ilha de Santorini, em 1620 a.C., em que uma série de explosões de enorme violência provocaram ondas gigantescas que atingiram as costas mediterrânicas. Esta enorme erupção poderá também estar na génese de outros mitos, oriundos da parte oriental do mediterrâneo, que referem com frequência a existência de um dilúvio.

A tentativa de encontrar a Atlântida levou alguns autores a afirmarem que os Açores poderiam ser o vestígio desse grande continente que se teria afundado. Gaspar Frutuoso (1522-1591), vigário em Vila Franca (S. Miguel), provavelmente um dos primeiros vulcanólogos e autor de uma obra intitulada Saudades da Terra, refre-se a este tipde teorias. Um dos problemas que Frutuoso discutiu, neste livro, foi exactamente o problema da origem dos Açores, analisando e discutindo três hipóteses:

I - Os Açores teriam estado em tempos remotos ligadas ao continente por terra firme, porém, a submersão de parte destas “terras” teria deixado como vestígio apenas as ilhas que hoje constituem o arquipélago.

II - O arquipélago açoreano poderia corresponder à Atlântida referida por Platão.

III - As ilhas açoreanos formaram-se no seio do Oceano Atlântico como resultado de causas naturais (erupções vulcânicas).

Gaspar Frutuoso defende esta última ideia, mas antes apresenta informação discordante com as duas outras hipóteses, revelando no seu conjunto concepções bastante avançadas para a época em que viveu.

terça-feira, março 07, 2006

Lord William Hamilton (1730-1803)


William Hamilton, durante alguns anos embaixador do rei de Inglaterra na Corte de Nápoles, destacou-se pelo seu interesse pela vulcaonologia. Foi um apaixonado pelo Vesúvio, o qual subiu cerca de 60 vezes, mesmo quanto ele se encontrava em erupção. Escreveu várias cartas à Royal Society of London em que descreve as suas observações, mas o que o torna mais conhecido é o famoso Campi Phlegraei (1776), obra que tem por base um conjunto de gravuras pintadas à mão por Pietro Fabris.


'Vue intérieur du cratére du Mont Vésuve, avant la grande éruption de 1767. Pendant que le volcan est en action, la forme du cratére change continuellement; ce qui fait que les relations des voyageurs sur cette partie du volcan ne s'accordent que rarement: le cratère quelquefois est trà profond et sans aucun monticule, et d'autres fois avec plusiers. Ce que l'on voit de noir dans la plaine (2) est un fleuve de lave qui sortit du petir monticule (1). La quantité prodigieuse de matières que jeta le volcan, pendanta l'éruption de 1767, remplit entièrement la plaine entre le petit monticule (1), et l'ancien cratère (3): de façon que la bouche du petit monticule est à présent le cratère du Vésuve, dans lequel il s'ets déjà formé un autre petir monticule. Pour avoir une idée plus parfaite de cette opération graduelle, voyez la planche II.'

Retirado de 'Les Fureurs du Vésuve', Gallimard